Felipe Pires, 25 anos. Formado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Maranhão -UFMA. Gosta de Literatura Fantástica, de Samba-enredo, de Vick Vapotub e Coca-Cola.
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SER CRIANÇA
Pelas bandas do sertão, Aluísio estava a brincar,
Tinha um carrinho de lata, que andava pra lá e pra cá.
Era menino sabido, não podia vacilar,
Só tinha aquele brinquedo, precisava dele cuidar
De seus sonhos de criança, só queria um todo feito,
Desejava o mais no mundo um quarto cheio de brinquedo
Quando em casa chegou sujo, com seu carrinho de lata,
Viu surgir bem do escuro um embrulho todo de prata
E assim seu pai dizia: Aluísio, filho amado,
Vem buscar o que é teu.
Não existe nada no mundo que compre um sorriso meu,
Ao te ver feliz assim, brincando pelo sertão,
Armado de corpo e alma pela imaginação
Aluísio o embrulho abriu, viu ali outro carrinho,
Mais bonito que o seu, da loja, todo novinho
De seus sonhos de criança, estava ali um pedacinho
Foi brincar sob o sol quente,
Murmurando um "vruuuummm" contente,
Subiu dunas, morros, montes, fez estradas, criou pontes,
Mas havia um detalhe que feriu seu coração,
Viu o filho da Firmina o olhando com comoção,
Também doido pra brincar com um carrinho na mão
Aluísio, bem esperto,
Dividiu com o amigo o brinquedo ali tão perto,
E assim brincaram os dois, muitas horas sem descanso,
Aluísio e o amigo
Dava gosto tanto encanto.
Fim de tarde, os tempos idos,
Abraçaram-se felizes
E foram dormir tranquilos.
Pois seus sonhos de criança
Haviam sido cumpridos.
No sertão, todos sabiam, a vida era bem difícil,
Ser criança neste mundo não é nada tão bonito,
Falta amor, falta carinho, comida e dedicação,
Falta ainda mais no mundo uma boa educação.
Que os sonhos do Aluísio sejam os de toda infância,
Que pelo menos no seu dia
Haja um pouco mais de esperança.
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!
Parabéns, esta poesia é o retrato de um menino do sertão nordestino, talvez não dos tempos atuais, mas dos tempos de outrora.
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